Saneamento básico rural será apresentado em Zaragoza

Editoria: Vininha F. Carvalho 16/07/2008

A tecnologia social de saneamento básico rural, composta por clorador de água e fossa séptica biodigestora, será apresentada hoje (16/7), pelo presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, na Tribuna da Água, durante a semana “Serviços de abastecimento e saneamento” da Expo Zaragoza 2008, na Espanha.

O sistema evita a contaminação de água, pois a fermentação elimina os coliformes fecais, agentes causadores de doenças, como diarréia, hepatite e cólera. A conferência de Jacques Pena é seguida de apresentação de painel do coordenador do Programa de Despoluição de Bacias Hidrográficas da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Libânio.

O clorador é utilizado para purificar a água na dose recomendada de 1 parte por milhão (PPM) a 3ppm por cada caixa de 500 litros ou 1000 litros, de forma a evitar a contaminação de doenças transmitidas por via hídrica.

O efluente produzido durante o processo é aproveitado como adubo orgânico líquido para culturas perenes. O projeto é bem sucedido por solucionar, de forma simples, barata e eficaz o problema de saneamento rural.

A Expo Zaragoza 2008, que tem por tema “Água e Desenvolvimento Sustentável”, começou no dia 14 de junho e se estende até 14 de setembro. A exposição é espaço de discussão e troca de experiência sobre recursos hídricos sob as perspectivas ambiental, energética, agrícola, turística, cultural, econômica e tecnológica. Em seu primeiro mês, a Expo 2008 recebeu cerca de 1,4 milhão de visitantes. O estande brasileiro já atingiu 170 mil pessoas e deve superar a marca de 200 mil até o final desta semana.

O sistema de saneamento básico rural é adotado desde 2000 e a avaliação dos usuários é positiva. No total, a Fundação Banco do Brasil já investiu R$ 1,1 milhão na implantação de 916 unidades do projeto em oito municípios do Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais, envolvendo mais de 2 mil famílias de agricultores familiares, diretamente, e mais de 8 mil indiretamente.


Frutos:

Na cidade de Cristalina (GO), por exemplo, a tecnologia social foi desenvolvida em dois assentamentos, de forma a garantir a saúde dos agricultores. No município, os produtores já colhem os frutos do uso do adubo orgânico, utilizado em associação com o projeto de Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS): plantam arroz, feijão, milho, mandioca, maracujá, manga, goiaba, laranja, chuchu, batata baroa. Além de garantir a subsistência, as famílias estão se organizando para comercializar o excedente.

O custo de implantação de cada unidade do projeto é de cerca de R$ 1,2 mil.

O projeto de fossa séptica é composto por três caixas dágua de mil litros cada, conectadas entre si por tubulações de PVC. Apenas o encanamento dos vasos sanitários é ligado ao sistema de caixas, que são enterradas no solo e vedadas para impedir a entrada de ar. Na primeira caixa, esterco fresco é colocado para agilizar o processo de fermentação no ambiente anaeróbico e a eliminação dos coliformes fecais.

O sistema evita a contaminação do solo e da água de poços, córregos, rios e nascentes. Outro benefício para a população é que o efluente produzido por ação da digestão bacteriana das fezes é utilizado como adubo líquido orgânico, com elevado potencial nutricional, servindo para fertilizar hortas e pomares.

A tecnologia, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de São Carlos/SP (Embrapa Instrumentação Agropecuária), foi vencedora, em 2003, do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, quando passou a ser reaplicada pela Fundação BB. A solução integra o Banco de Tecnologias Sociais
disponível na página: www.fundacaobancodobrasil.org.br/bts.

Fonte: Fundação Banco do Brasil

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